Não pude deixar de me emocionar com a história de Helen Keller e sua professora Anne Sullivan, ao perceber como uma pessoa pode modificar beneficamente a vida de outra e nesse caso, com tantas dificuldades, porque se o surdo não ouve, como diria Sócrates qual outra forma de comunicar-se que não seja usando os sinais do corpo e para tanto precisam da visão.
Casualmente (ou não), essa semana peguei uma revista na casa de minha mãe que falava em Helen Keller, como exemplo que pais de trigêmeas viram no filme que conta sua história junto a Anne Sullivan, de como ela “estimulou o sentido do tato para reconectar sua aluna com o mundo”. O interesse dos pais advém do fato das trigêmeas serem todas surdas e cegas, as únicas do mundo. Fiquei surpresa em saber que nos EUA existem 45 mil pessoas surdas cegas e dessas 11 mil são crianças. A história da família é muito bonita, o pai separou-se e a mãe estava em desespero quando encontrou outro companheiro que até hoje acompanha sua luta cotidiana e faz de tudo por sua nova família. O exemplo de Anne foi estímulo para o casal buscar uma “educadora especial” e aqui entra a relação que faço com a história dos surdos. Embora tenha feito grandes evoluções na área da compreensão dos surdos como pessoas que apenas tem uma deficiência, mesmo nos EUA, país de primeiro mundo, ainda existem as dificuldades burocráticas, financeiras e sociais que são empecilho para alguns surdos conseguirem aprender cada vez mais.
Acredito que as comunidades surdas são de suma importância para que possam se fortalecer, encontrando sociabilidade e independência para mim é a grande mola propulsora da auto estima dos surdos, poderem manter sua identidade, com liberdade e auto confiança.Ainda temos curiosidade sim, em relação ao universo dos surdos, não sou hipócrita dizer que não. Mas de forma nenhuma acredito que as pessoas o façam como antes , se estivm vendo aberrações e sim com admiração e certa comoção, principalmente ao vê-los como outro dia, em conversação. Tamanha habilidade em processar, mostrar e desvendar os sinais que utilizam, quando nós não conseguimos nem acompanhar a mudança de um sinal para outro, bem diferente do menino selvagem Victor do filme,O menino selvagem, que vivia isolado e animalizado por sua condição e por sua imagem frente à sociedade e que pela visão evolutiva de Jean Itard é trazido de volta a dignidade.
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