O aluno da EJA tem mais interesse em aproveitar o tempo que estão na escola, pois tem objetivos nítidos e concretos para sua escolarização. A linguagem utilizada pelos alunos da EJA pode modificar-se para alcançar determinados objetivos,como fazer-se entender e ser valorizado por a quem se dirige. Todos são inteligentes e tem capacidade de aprender e trazem conhecimentos, competências e habilidades necessários e adquiridos em suas vivências pessoais. Os jovens e adultos que freqüentam a EJA buscam inserção na comunidade,melhoria da condição de vida e respeito da família.
Podem ter dificuldade de operação com categorias abstratas, dificuldade de utilização de estratégias de planejamento e controle da própria atividade cognitiva, bem como pouca utilização de procedimentos meta cognitivos,mas isso não é uma regra e ainda, desenvolvem grandes habilidades e competências que se bem trabalhadas e orientadas, com temas significativos á sua realidade podem desenvolver essas áreas do pensamento.
A escola tem propostas e metodologias que se baseiam num ideal de sociedade, de comunicação e de valores que é próprio da instituição e todos acreditam estar lá para receberem esses conhecimentos, desvalorizando muitas vezes (na maioria delas) outras formas de saber e os conhecimentos trazidos pelos alunos, sua cultua, seus saberes. Por isso a escola tem uma linguagem própria também,e os alunos jovens e adultos muitas das vezes não completaram seus estudos por não compreenderem bem essa linguagem,já chegam frustrados e inseguros com essa condição.O aluno vem de uma jornada de trabalho exaustiva,muitas vezes sem alimentação,cansado e desestimulado quando adulto e se jovem,vem com estigma de indisciplinado e incapaz de aprender.Os conteúdos pré determinados da escola não tem significado efetivo para esses alunos.Os professores muitas vezes empregam metodologias estanques e não percebem a realidade dos alunos,seus interesses e necessidades.O aluno da EJA apresentado pela autora encontra algumas semelhanças em nosso estado, mas não acredito que seja a maioria. Realmente a maioria dos pais dos nossos alunos são trabalhadores rurais,mas que migraram para a cidade em busca de uma vida melhor e acabaram instalando-se nas vilas,em casas com pouco conforto e muitas vezes na miséria.Esses tornam-se recicladores,catadores de lixo,carroceiros.Assim,seus filhos não tem grande incentivo para seguir nos estudos,preferindo que trabalhem para ajudar no sustento da família,o que muitas vezes causa o abandono da escola no tempo hábil e que depois ocasiona a freqüência da EJA.Com certeza não são mais crianças,mas compõem-se em grupos diferentes,os adultos que buscam aprender para melhorar a qualidade de vida e os adolescentes que de geralmente por problemas disciplinares e/ou de aprendizagem acabam sendo literalmente expulsos do diurno e também freqüentando a EJA.
O adulto que freqüenta a EJA geralmente já formou sua própria família e provê seu sustento, tem experiência maior de vida e valoriza mais o aprendizado, toda conquista é uma vitória, consegue perceber que o conhecimento transforma e melhora a perspectiva de vida.
Na questão do pensamento, mais propriamente da aprendizagem a autora diz que todos somos capazes de aprender, independentemente da idade cronológica, diferenciando-se esse aprendizado de acordo como fomos criados, em que meio, qual formação cultural recebemos, mas principalmente que essas diferenças são saberes que podem ser partilhados entre alunos e professores.Nesse ponto concordo na forma como aprendemos,o que foi prioritário em termos de conhecimentos e na valorização que aprender e crescer como ser humano foi inserida em nossa mente.
terça-feira, 3 de novembro de 2009
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