Quando iniciei minha carreira no magistério, recebi todos os conteúdos programáticos pré determinados e a partir dele elaborava meus planejamentos.Até aí não vejo nada demais ainda se pensarmos que precisamos partir de um objetivo para depois nos organizarmos.De lá pra cá,vinte anos depois,pouca coisa mudou na realidade das escolas,continuamos trabalhando com os famosos conteúdos mínimos e colocando no caderno,porque duvido que fique na mente,dos alunos aquilo que já se determinou.A grande questão é que esses conteúdos em pouco dizem na realidade dos educandos,a maioria desses assuntos não tem efetivo valor para eles e nós passamos anos a fio repetindo como se fosse algo extremamente indispensável.Dessa forma acabamos exercendo aquilo que Paulo Freire chama de função bancária ,fazendo dos alunos depósitos de conhecimentos que eles sequer retêm por muito tempo.Apesar das lutas em prol de uma educação crítica e formadora de cidadãos participativos ,continuamos presos as culturas dominantes e seus saberes ditos ideais.Aqui é preciso colocar a necessidade de valorizar os saberes que cada aluno e suas experiências como pessoas.
É aqui que se encaixa a importância dos temas geradores,e o cuidado que devemos ter ao trabalhar com eles,para não fazermos repetidamente o papel de depositários,procurando doutrinar nossos alunos como se só houvesse a verdade que se ensina na escola.Na proposta de temas geradores os alunos podem expandir suas possibilidades enquanto seres humanos,enriquecidos por suas experiências e vivências pessoais,não mais se esgotando nos conhecimentos padronizados.É preciso que estabeleçamos esse diálogo,que passemos a aprender com nossos alunos,sua cultura,suas habilidades e esse aprendizado acontece no desenvolver de temas geradores pois que passamos a conviver com os saberes dos outros e não somos mais os únicos detentores de tal sabedoria.
O trabalho baseado em temas geradores permite a reflexão e a busca de opções,alternativas de como resolver certas questões.Ao tentar encontrar essas soluções os alunos acabam buscando as informações necessárias para isso e assim integrando os conhecimentos científicos que possam utilizar,num aprender contínuo e crescente,a partir de suas necessidades.A base dessa proposta são os sujeitos de nosso trabalho,que são vistos como sujeitos sociais,culturais,capazes e precisando apenas de orientação para se descobrirem.
terça-feira, 3 de novembro de 2009
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Um comentário:
Sandra, muito bom! Sabemos que existe uma ligação com tudo aquilo que se aprende. Não existe um aprendizado isolado... ele sempre irá conectar-se com demais aprendizagens. Não é mesmo?! =)
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