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Para Paulo Freire a ação deve estar sempre comprometida com a transformação, senão não tem sentido. Acreditava que através da educação é que se pode melhorar a condição humana, pois a educação sempre parte de um propósito e se serve a objetivos parte em busca de alguma realização.
Partindo do princípio que a alfabetização deve ser emancipadora, Freire dizia que é um meio para que as pessoas se tornem mais conscientes de suas histórias, de suas experiências e das possíveis transformações que podem realizar enquanto indivíduos e grupo.
Uma alfabetização emancipadora vai além do mecanismo de ler e escrever pressupõe habilidades como refletir, pensar criticamente, tomar consciência. Deve ser ponto de partida para a liberdade de escolha, tomada de decisões, responsabilidade política e social e através dessa conscientização que se espera alcançar uma democracia real e igualitária. Nesse modelo de alfabetização aprendemos todos, alunos e professores se estivermos preparados para aceitar as diferenças como um valor de ser humano, acrescentando cada vez mais conhecimentos que essas diferenças proporcionam
Do momento em que o aluno compreende a necessidade de alfabetizar-se para interagir no mundo a seu redor, cria uma expectativa de participação, de igualdade de direitos e de inclusão social.
A alfabetização então não é só a capacidade de ler e escrever, mas de entender o mundo e poder intervir de forma consciente. Amplia o horizonte do cidadão, abre alternativas de interação, levando-o a perceber-se no contexto, pesquisar sua história de vida, valorizar suas experiências, seu saber e suas competências. Cada vez mais eleva-se sua estima, sua dignidade pois através da comunicação pode manifestar suas idéias e propósitos e contribuir para o crescimento da sociedade.
questão da alfabetização crítica em se relacionando com poder, ultrapassa 0os limites dos códigos e convenções da leitura e da escrita. vai além de saber ler o nome do ônibus,mas num sentido bem mais amplo, saber para onde ele vai,por onde passa , quanto custa a passagem, se eu pega-lo por engano como faço para voltar.Engloba interpretação, entender o que lê, participar da construção das decisões, saber defender suas idéias e sua cultura como algo de valor, como um pertencimento que ninguém pode tirar nem menosprezar.
O “continuar analfabeto” traz grandes significações incutidas, podendo ser prova de resistência ao domínio de outra classe, não aceitação de deixar o seu modo de vida para submeter-se ao que outros acham certo ou importante, pois a bagagem que trazem não é inferior nem errada, é simplesmente própria.
A escola pode estar reforçando essa resistência quando submete todos a uma mesma linguagem, considerada a correta e inferioriza outras formas de expressão, de manifestação. Nós professores precisamos estar atentos a esse jogo de interesses, buscando cada vez mais uma educação para a crítica que nos possibilite junto aos alunos nosso crescimento pessoal, o desenvolvimento de uma consciência coletiva humanitária e igualitária, mas que sempre respeite , valorize e aprenda com as diferenças individuais.
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