domingo, 30 de dezembro de 2007

ser criança

Estou aprendendo ainda. Diga-se de passagem, recém começando. Para mim também tudo é novidade, mas sinto uma enorme satisfação em oferecer estes momentos aos alunos. Estou buscando minha criança interior. Sei que está aqui, em algum lugar. Assim como as estrelas mesmo que não as vejamos, estão no céu. Assim como os sonhos. Ávida, as necessidades, as responsabilidades, me levaram a ser “adulta”. Não tem tempo para brincar. Mas eu fujo de vez em quando, e brinco quando jogo capoeira, e brinco quando danço de porta bandeira. Costumo dizer que não sou eu ali, parece que é outra pessoa (é a criança que da o ar da graça). E por eu saber como e bom brincar quero cada vez mais proporcionar esta satisfação aos meus alunos. Senão for pelos conteúdos que no meu ver não e o mais importante quando se trata de brincar na aula, que seja pela convivência, por aprender a respeitar regras e limitações, perceber que ganhar ou perder faz parte da vida e que ganhar não e o mais importante.
Descobrir o prazer de estar com os outros, educando para uma sociedade menos individualista, refletir, criar, superar...São tantos aspectos positivos para utilizar ou brincar.
Então vale a pena apostar!
Coloquei algumas fotos para mostrar minha criança interior...
Quando penso no assunto proposto “brincar em sala de aula” me vem à mente que talvez o medo do caos e a possibilidade de perder o controle (e quem sabe não reavê-lo) é que nos impeça de utilizar o lúdico em nosso dia-a-dia.Também pelas conversas que travei a esse respeito, surgiu a questão do despreparo, dos colegas quererem saber como fazer para inserir proveitosamente o brincar, para que não se torne apenas preencher tempo, ”encher lingüiça”.Ainda um terceiro aspecto é levantado: a agressividade de alguns alunos (na minha escola, a maioria) que acabam destruindo os jogos apresentados ou agindo com extrema violência nas brincadeiras com os colegas...

Infelizmente o famoso horário da cancha (subentenda-se da educação física), que seria ótimo para trabalhar os jogos no pátio, são utilizados para corrigir, planejar, ou simplesmente ter alguns momentos de (descanso mental). Os alunos são colocados lá dentro com uma bola de vôlei e de futebol e às vezes uma corda. Alguém mais já viu isto acontecer? A realidade é esta, professores que PRECISAM (não acredito que seja opção) fazer 60 horas, querem chegar em casa, jantar e dormir. Então acabam usando todo momento que puderem para atividades que precisariam fazer em seu tempo de lazer e descanso.

Depois que passamos a jogar e brincar mais vezes na sala, os alunos melhoraram consideravelmente seu relacionamento uns com os outros.

porque os alunos não sonham?

Na minha escola os jogos não são usados sós em dia de chuva, pior, ás vezes nem em dias de chuva.Na minha sala tenho usado sempre que possível, principalmente depois do início dessa interdisciplina.Pouco como ferramenta de aprendizagem, pelo menos não com esse intuito, mais como lazer, prazer, descontração mesmo.Mesmo assim tenho na sala vários e diversos jogos, entre eles dominós de frações e tabuadas, jogos de passo a passo com dados envolvendo conhecimentos sobre meio ambiente, corpo humano, saúde, temas transversais.Mas eles adoram mesmo é o bingo.Então faço bingo com tabuada.
Percebi que é preciso otimizar o tempo na escola para contemplar um horário para brincar e jogar, mas que também não precisa ser pré-determinado, apenas previsto que exista.
Não trabalho com crianças pequenas, tem 3ª e 4ª séries e noto que já tem mais interesse em jogos com regras e dificuldades a superar, também jogos de construção, como estudei nos textos.Foi muito bom comparar a teoria com a prática.

ludicidade-teatro-música

Acho que o teatro pode ser um ótimo instrumento para trabalhar com os sonhos.É um momento em que podemos vestir uma personagem, brincar de ser qualquer coisa que quisermos.Ou estar num ambiente que nos agrade, pelo menos não estar naquele que não nos contenta.
Quando trabalhei com mpb para as crianças, consegui passar um pouco do meu sonho de que eles sonhassem.Falamos como Vinicius de Moraes teve sua trajetória, que desde cedo sonhava com a música e buscou realizar-se com ela.Já é um começo, mas busco mais idéias para tirá-los da mesmice e do que consideram irreversível como destino.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007




DESENHOS DOS ALUNOS EM TRABALHO COM MPB-VINICIUS DE MORAES
Meu sonho como professora é descobrir uma forma de despertar o interesse dos alunos pela aprendizagem.Mas não aquela aprendizagem curricular-tradição.Quero muito que eles se motivem para descobrir, para ir além, buscar outros horizontes.Sonho com os alunos querendo ser mais do que lhes parece ser seu destino.É triste vê-los na sala de aula por obrigação, por fome Ou por ser melhor que ficar em casa...Meu sonho é apresentar formas de sucesso, não precisa ser de aprovação, apenas de sucesso, tão positivos que eles percebam que foram até ali, podem ir mais longe.Gostaria de chegar na aula e encontrá-los dispostos e ansiosos por novos saberes, novos conhecimentos e aprendizagens.Mas na maioria das vezes, eles nem abrem a boca (a não ser pra se xingarem).Sei que essa vontade está lá, dentro deles, como as estrelas que estão no céu mesmo de dia ou nublado...Mas como despertá-los?Na verdade, refletindo sobre isso mesmo que coloquei aqui, posso resumir meu sonho como professora: Gostaria que eles também sonhassem com algo, com algo que vá além do que ele já tem como certeza.Afinal os sonhos são uma incerteza que vamos invertendo conforme buscamos por eles.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007


aqui tentei colocar um vídeo das crianças na aula ,desenhando e depois fazendo a marcação do ritmo com pés ,braços e o corpo todo.Nãao aparece nada.Vou tentar descobrir a falha e postar outra vez.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Não basta só criticar,reclamar,constatar a dura realidade dia após dia!! Percebi com essas leituras,o poder de transformação está na educação!Nós somos agentes intermediários dessa transformação que tanto queremos para a sociedade.
Concordo que os professores devam tomar alguma iniciativa.Mas um só não basta.Vejo pela minha experiência.Festa junina da escola,fundo musical:funk.As meninas fizeram apresentações nesse mesmo ritmo,dançando até o chão...Quando questionei,ouvi um \"deixa,é isso que eles gostam de ouvir\".Ma não seria o nosso papel exatamente oferecer outros ritmos,trabalhar com eles tipos de músicas próprios para essa ocasião,mostrando através desse momento também que existem sim,outros tipos de música.E que podemos (ou não) nos divertir ouvindo essas músicas,dançando quadrilha?Afinal existe um mundo além da vila...Porém se ninguém apresentá-los os alunos nunca saberão se gostam ou não.
Trabalho numa comunidade miserável e realmente até para contar histórias às vezes preciso trocar algumas palavras mais rebuscadas para facilitar o entendimento.Mas ritmo e melodia não requerem conhecimento do Aurélio.Músicas instrumentais por exemplo,nao tem letras.
Concordo plenamente,para se conquistar ouvintes,basta apresentar-lhes a música.Levei os alunos para assistirem o \"Concerto para juventude\" patrociado pelo Banrisul.Eles ficaram o tempo todo muito atentos,com excessao de um ou outro que já são agitados por natureza,a turma ficou completamente extasiada,alguns até boquiabertos.Dei continuidade ao trabalho na sala de aula com desenhos dos instrumentos que viram lá.Quando quiz trazer mais música do tipo que ouvimos,descobri que não temos aparelho de som funcionando na escola.É a velha e boa escola pública...Muitas vezes o professor quer fazer algo mas esbarra nesse tipo de empecilho.Mas não me dei por vencida e trouxe um som de casa.Porém sei que nem todos podem agir da mesma forma!Penso também,que seria muito bom se as empresas apoiassem algum projeto que levasse as orquestras até as escolas e/ou vice-versa,pois muitos alunos não tiveram condições de ir por que não conseguimos ônibus para todos.

domingo, 11 de novembro de 2007


Realizei um trabalho de criação com colagem livre,o tema é a semana dos bons dentes.
Adorei o resultado,bem melhor que matriz pronta que alguns fingem que pintam...

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Achei bastante difícil definir a palavra jogo.O que entendi foi que jogo pode envolver brinquedo e brincadeira.O certo é que existe desde sempre e pode envolver ganho ou perda e tem também algumas regras.
Pode servir como instrumento de ensino e quantas vezes através de um jogo os alunos assimilam os conceitos sociais de convivência...
Através dos jogos podemos desenvolver a imaginação a perseverança, o convívio social, e acho que principalmente, a tomada de iniciativas para resolver problemas.Claro que temos que cuidar para oferecer jogos de acordo com as fases das crianças para que sintam satisfação em poder executá-lo e se divertirão participando.E é aí que entra a parte da brincadeira.Ao conseguir seguir as regras do jogo e resolver o que é proposto o aluno acaba entrando numa ação lúdica.Mas brincando e/ou jogando a criança reproduz as suas vivências e é prova disso quando vejo se empurrarem, chutar, gritar uns com os outros, no meu ponto de vista exemplos trazidos do comportamento e das atitudes familiares.Com paciência, amor e fundamentação podemos mostrar outras formas de resolver as situações, para isso fazendo uso das regras e limites dos jogos, objetivo que acredito, alcançamos quando unimos jogo e brincadeira.

domingo, 4 de novembro de 2007

Poesia:teoriaxprática



Lendo o material sugerido para estudos sobre poesia cheguei à algumas argumentações que considero importantes para conduzir o trabalho em aula.
Não acho que a poesia precise ser moralizadora,nem ter a ver somente com datas.Sempre tive vontade de explorar esse gênero litarério nas minhas turmas,porém ficava na dúvida em como despertar o interesse dos alunos e como auxiliá-los a produzirem suas próprias poesias.
Sempre que pude,procurei trazer alguma poesia que fosse mais "energética",que passasse alguma emoção,tendo movimento,despertando o imaginário,afinal "nem tudo é o que parece ser".Fica então evidente para mim, a importância da sonoridade e do ritmo para as crianças.Ao trabalhar o tema consciência ecológica,usei a poesia como auxiliar.Os alunos foram lendo 1,2 na terceira vez já colocaramum ritmo próprio que quase transformou-a numa música.Inclusive na frasee "o homem vem aí" senti uma entonação que dizia "cuidado,fuja!".Então pude perceber as sensações que a poesia causou neles e que foi tão forte que extravasaram,passando a diante através da leitura.

Maior foi minha surpresa quando procurando a música no you tube,percebi que a entonação dada pelos alunos a essas palavras ficou muito parecida com a música original de Chico Buarque!!!
Acessem o link para ouvir a música:
http://www.youtube.com/watch?v=VdYN-x6biQU

Claro que ao solicitar que trouxessem poesias,as meninas,pré adolescentes,falaram muito de emoções,romance,fortes amizades,amor eterno e por aí vai.
Com esse estudo encontrei opções de trabalhar a poesia e as melhores formas de fazê-lo.Agora antes de ler para os alunos,leio várias vezes silenciosamente e quando o faço oralmente consigo muito mais a atenção e compreensão da mensagem.
As imagens acima postei como evidência feitas à partir da poesia "Gato xadrez",por dois alunos da quarta série.

síntese do fórum sobre filme (12 homens)

Procuramos o que era evidência e encontramos que é algo incontestável e argumentação significa um raciocínio dedutivo, ou seja, uma outra maneira de analisar na qual se faz uma dedução.
O filme nos mostra as evidências de um assassinato que nos levam a crer que o jovem é o autor do crime.
Diante de tantos argumentos vimos que os jurados nos levam a fazer uma reflexão sobre o comportamento humano, quando são feitas as justificativas diante das argumentações fica claro os preconceitos para com o outro baseado em nas suas frustrações, emoções, e sentimentos pessoais em relação à condição do acusado.
Os argumentos usados pela defesa num ato de coragem e respeito pela vida e ao ser humano acusado, leva doze jurados a fazerem uma análise detalhada da situação em questão e reconhecem os argumentos como verdadeiros e absolvem o jovem.
O filme nos faz refletir sobre a dificuldade que temos de fazer julgamentos por olhar as questões a partir de nosso ponto de vista. Deixando nossas emoções e preconceito falarem por nós. É muito difícil nos colocarmos no lugar do outro e assim fazemos julgamentos parciais e superficiais.
Vimos o poder da argumentação na busca da verdade desvendado assim um crime que poderia levar um jovem a pena de morte.
A coerência e o bom senso é o limite entre qualquer situação.

domingo, 28 de outubro de 2007

uso dos contos de fadas na aula

Acho que todos nós gostamos de ouvir histórias,elas nos remetem à infãncia,quando se não a mãe,a avó ou a professora o faziam para nós.Nossa imaginação se abre e vislumbramos um mundo que sabemos não ser real,mas que sempre tem algo a ensinar ,alertar ou fazer refletir.Nossas emoções afloram,nos solidariezamos com as personagens,quantas vezes não vamos as lágrimas ou não controlamos o riso?
também podemos aprender sobre todo tipo de lugar,crença,costumes,culturas...
Agora vou escolhendo as histórias de acorodo com o que quero despertar nos alunos.valores,ética,fraternidade,esperança no futuro.Aliás,o que considero ser o que mais necesitam nesse momento em que predomina a desestrutura familiare a perde de valores e parâmetros de conviv~encia social.A partir de estudos que fizemos,confirmei o que já imaginava.É preciso preparar-se bem para a leitura de uma história.Selecionei alguns itens:
* evitar descrições cheias de detalhes,
* usar variadas possibilidades de voz e o tempo de pausa para refletir,
* nunca esquecer que "era uma vez" e dar um sentido especial ao final,
* mostrar que podem reencontrar o prazer da história lida(e de outras),num livro,a hora que quiserem.
Fiz alguns trabalhos a partir da leitura de histórias.registrei os desenhos de alguns alunos.

Encantos para sempre:os contos de fadas

A partir da sua experiência docente, aponte como tem sido para você trabalhar com os contos de fadas na sala de aula.
As crianças adoram a famosa hora do conto.Antes eu fazia aleatoriamente, agora reservei um horário na semana para fazer essa atividade.Eles já sabem o dia e entram na sala comentando.O interesse é muito grande.Vejo que os contos de fadas passam e reforçam as idéias e valores que tento passar e que muitas vezes deveriam aprender com as famílias e não acontece.Através dos contos de fadas consigo trabalhar ética, solidariedade, cidadania e principalmente, perspectiva no futuro, esperança que no final tudo pode se resolver, que podemos sonhar e almejar algo e isso se tornar realidade.Acho que as novas gerações estão perdendo (ou lhes estão tirando) as perspectivas e por isso tanta desvalorização da vida e do mundo.Além de ser um momento de ludicidade, vai aumentando a imaginação das crianças que se envolvem no roteiro das histórias.Assim foi surgindo uma combinação implícita entre eu e os alunos, onde eles ouvem atentamente, gerando uma aproximação muito bonita.Nesse momento, em que eles ouvem e ao mesmo tempo criam mentalmente o cenário, as personagens, as vozes vão desenvolvendo cada vez mais a observação, o prazer pela arte e o interesse na leitura.Notei que aumentou muito esse interesse, apesar de alguns ainda apresentarem desmotivação (preguiça?) para ler.
Quando conto as histórias para os alunos tenho tomado o cuidado de lê-las fielmente, mas algumas palavras dependendo da versão da história são menos usuais e eu troco por outras que sejam mais compreensíveis.
Noto que se instaura uma tranqüilidade durante a leitura e que se expande depois dela, e que melhorou também a atenção até em relação a outros tipos de leituras orais que preciso fazer em aula.

teatro para a escola

RELATO
Propus as atividades em caráter de brincadeira, usei o termo jogo teatral.Convidei-os a fazer algumas atividades que se usa no teatro, mas que também poderíamos fazer, porém sem o compromisso de apresentar uma peça.Ele ficaram bastante animados e curiosos.Aceitaram logo a proposta e foi preciso solicitar atenção e calma, uma das combinações foi que a cada vez que eu dissesse “um minuto” parariam tudo e prestariam atenção em mim.Não funcionou muito no começo, mas depois foram conseguindo melhorar a disciplina. “São as exigências da própria forma de arte que devem nos apontar os caminhos”.
Assim fui escolhendo os exercícios, de acordo com os objetivos que queria para aquele momento.Não como um sistema delimitado e estanque, mas primeiramente para atender as necessidades do trabalho a ser realizado.Conforme foram se apresentando os resultados, fomos colocando outras propostas.Principalmente nos exercícios de improvisação, onde as soluções foram aparecendo de forma intuitiva e muito criativa.
Foi bem nítido o desenvolvimento da concentração através dos exercícios, sem se aperceberem os alunos vão se envolvendo com a situação, as formas como podem resolvê-la e sua inter-relação com os colegas.
Uma das maiores dificuldades foi ter que atender ao mesmo tempo, crianças de variadas faixas etárias (7 aos 14 anos).Alguns mais tímidos, de início não quiseram participar.Mas depois acho que foram contagiados pelo prazer que os colegas demonstravam enquanto.Mesmo em meio à algazarra percebi que estavam concentrados em fazer o que era solicitado.Uns com mais espírito de liderança tentavam comandar os colegas, mas o próprio grupo reagiu naturalmente e todos acabaram dando sugestões e entendendo-se.
Nas primeiras vezes da escultura, não conseguiam controlar o riso, conforme paravam iam perdendo o equilíbrio.
Fiquei impressionada no exercício da fotografia como se articularam rápido e conseguiram realizar a proposta sem grandes dificuldades.Mas fiquei triste por me deparar com a proporção da violência diária na mente deles.Alguns fizeram fotos de “batidas” policiais, tiroteios e mortes.
Nos jogos dramáticos, sentiram muita dificuldade no início, em trabalhar com o abstrato.Esqueciam que carregavam um objeto e foi preciso lembrar sempre da concentração.Na segunda rodada já estavam mais envolvidos e esquecendo do desempenho, procuravam apenas resolver o que havia sido proposto.Inclusive um aluno fez que deixou o prato cair (achei genial a criatividade e improvisação dele) e os colegas fizeram o barulho e todos rimos.
RESULTADOS E DÚVIDAS
Eu já estou ensaiando uma encenação com alguns alunos (40 no total) e vinha sentindo muita dificuldade em mantê-los concentrados e levá-los a perceber o espaço, e lidar com isso.Essa peça é uma apresentação que faço para a prefeitura todos os anos, por onde dou aulas de capoeira (oficina) e esse ano resolvi incorporar algumas cenas da cultura brasileira como puxada de rede, maculelê e criei alguns quadros para organizar um pequeno espetáculo.Porém estava fazendo tudo mais na intuição e no amor do que com algum embasamento, o que estava me desgastando demais.Com a leitura desses textos procurei levar aos alunos o prazer, a satisfação e o envolvimento, fazê-los apropriarem-se mesmo, do que estavam fazendo.
Antes era um empurra-empurra, um puxavam os outros e até gritavam entre eles querendo organizar os quadros.Depois do exercícios da caminhadas isso melhorou muito.
Outro problema que sentia era a falta de interesse de alguns que estavam apenas fazendo o que eu pedia, porque na minha ingenuidade, não lhes dava o prazer de criar a sua própria visão da personagem.Realizei o exercício da fotografia a partir de quadros e gravuras com temas que aparecem na montagem.Alguns fizeram a te pesquisa no Google e no You Tube.Agora é nítida a diferença tanto no empenho, quanto na concentração.
Está sendo muito gratificante perceber que o estudo aplicado à prática teve resultados tão positivos e rápidos até.A mudança foi percebida até pelas pessoas (mães e professores) que estavam por perto.E eu estou menos desgastada, com mais pique para orientar os ensaios.Também estou menos ansiosa em relação ao resultado final, porque vejo que a situação está se resolvendo por conta deles, da intuição e da concentração que estão empregando.
Acredito que através dos exercícios de improvisação podemos chegar a desenvolver o teatro escolar com melhor aproveitamento pelos alunos.
Percebi no caso das crianças menores que realmente, algumas se inibiram e nem quiseram participar.
Fui aplicando os exercícios aos poucos, desde a última aula presencial e hoje foi o último encontro antes da postagem desse trabalho, o que acho uma lástima, pois tenho certeza que acontecerão mais fatos relativos ao emprego dos conhecimentos que estou adquirindo.Mas tentarei postar no meu blog...

domingo, 21 de outubro de 2007

literatura-poesias

Na turma trabalhando com ecologia,animais,extinção...fiz uso de uma música de Chico Buarque que enumera diversos pássaros.Pude então perceber a força da sonoridade,do ritmo,da cadência e da relação que as crianças fizeram com os pássaros que conheciam com o aviso \"bico calado,toma cuidado,que o homem vem aí,que o homem vem aí,que o homem vem aí\".Não sabíamos a melodia da música,então fomos lendo várias vezes,silenciosa e oralmente até acostumar com palavras menos usuais.A poesia criou um ritmo por si só,na própria leitura e uma melodia,que eles não queriam mais para de ler.Foi muuuuuuito bom!

contação de histórias

Na fala de Fanny percebi subjetivamente que o aconchego e o amor trazidos através da contação de histórias acabam aproximando-nos muito mais dos nossos alunos.Através das histórias, que normalmente tem no fundo, o intuito de repassar algum valor ou ensinamento, podemos auxiliar os ouvintes, levando-os inconscientemente a transportarem-se para aquela situação descrita.Assim, as emoções e ansiedades vão se equilibrando e através da ludicidade acabamos aprendendo e desenvolvendo nossa maturidade.
Adoro contar histórias para meus alunos, mas acho que preciso treinar mais para isso>

evidências em música

MÚSICA
A música sempre esteve muito presente em minha vida, como já disse no início.Agora, porém, mais ainda, pois há 20anos pratico capoeira, arte intrinsecamente ligada à musicalidade.Nela aprendi todos seus instrumentos, toco e canto, canto na roda de capoeira e jogo conforme o ritmo e até mensagem da letra.Toda linguagem da capoeira além da corporal, está intrinsecamente ligada à música.É preciso ler nas entrelinhas musicais para fazer o jogo de acordo com o que o berimbau dita.Aqui entram todos as funções da atividade musical: representação simbólica, expressão corporal, adaptação de valores sociais, contribuição para continuidade da tradição cultural, prazer estético e lúdico, comunicação...Não são raras às vezes em que me emociono com um cantador (na capoeira assim chamamos quem canta) com suas histórias cantadas que vão nos remetendo à um passado quase sempre sofrido e às nossas origens.
Dentro desse aprofundamento, elaborei um projeto chamado “Vivência musical na capoeira”, do qual coloco algumas partes aqui para apreciação.Cabe mencionar que o fiz porque pretendo apresentá-lo na íntegra para concorrência na realização de oficina pela prefeitura, através da Descentralização de Cultura.Mas acredito que esteja de acordo com o assunto abordado no texto que estamos estudando.Se os professores acharem de alguma valia para a turma, posso passar para o blog, mas gostaria de opiniões a respeito.

APRESENTAÇÃO
Nosso país tem uma grande musicalidade: os batuques, jongo, lundus e outras cadências trazidas pelos africanos, misturando-se com a música dos índios e portugueses, deixou-nos vários ritmos verdadeiramente sensacionais.
A capoeira geralmente acompanhada de música tem seus próprios cantos que refletem épocas da história, situações do povo, reclames, festejos e denúncias.Enfim, é uma grande forma de expressão do povo.
Acompanhada de seus instrumentos e ritmos próprios, a música da capoeira não é empregada apenas como elemento de enfeite, mas sim como uma força ativadora das energias dos envolvidos.

JUSTIFICATIVA
Qualquer sociedade seja qual for sua constituição e estrutura, possui seus próprios elementos culturais adquiridos ao longo de sua formação por meio de trocas de experiências, incluindo-se a musicalidade.
A capoeira nos oferece uma polirritmia que precisa ser vivenciada, divulgada e transmitida em todas as suas formas.
Dessa maneira estaremos proporcionando rever nossas heranças culturais, reforçar nossa identidade. Através dessa vivência musical pode-se experimentar o contato com nosso folclore e ao mesmo tempo descobrir-se capaz de participar ultrapassando seus imaginados limites.
Este projeto abrange toda parte musical que a capoeira pode oferecer.Este despertar musical, acontece tanto com o leigo em capoeira quanto com o praticante.Envolve ritmo, musicalidade, criatividade, auto-valorização, relaxamento...




OBJETIVO
Divulgar a musicalidade da capoeira como algo genuinamente brasileiro, despertando os participantes em sua consciência cultural.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Valorizar nosso folclore e nossas raízes culturais;
Despertar a criatividade em suas formas possíveis;
Desenvolver a diversidade de expressão;
Elevar a auto-estima;
Oferecer uma alternativa de relaxamento mental;
PÚBLICO ALVO
Todas as pessoas interessadas, sem distinções.

METODOLOGIA
Palestras: Função de cada instrumento dentro da roda,
História do Brasil através das músicas de capoeira
Origem dos instrumentos de capoeira
Os diversos toques do berimbau, suas funções.
Vivências: Fazendo seu próprio instrumento musical de capoeira
Utilização dos instrumentos (aprendendo a tocar)
Utilização dos instrumentos dentro da roda de capoeira
Aprendendo o canto e as palmas
Criando suas próprias cantigas
Maculelê, ritmo e músicas.
Berimbau e pandeiro, também com material de sucata.
Os diversos toques do berimbau, suas funções dentro da roda.
Vídeos e painéis sobre os temas acima abordados.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

teatro com poesia

Gentem, hoje aconteceu algo muito legal.Após terminar o trabalho de poesia fiquei refletindo que o tinha feito com muita pressa e que queria ter-lhe dedicado mais atenção e estudo.Bem aí, na escola estou trabalhando com sistema locmotor,esqueleto,essas coisas.Montamos um esqueleto-marionete muito louco,que as crianças adoraram.Depois resolvi cantar a música das caveiras (quando o relógio bate a uma,todas as caveiras...)Foi um sucesso geral.Já aproveitei e fiz os exercícios de teatro que o professor passou.Resultado final ?três grupos de alunos apresentando uns para os outros a encenação da música-poesia,sem se esbarrarem uns nos outros,cooperando e principalmente:se divertindo!!! Foi ótimo!Como disse o professor:"a interdisciplinariedade vai acontecer dentro de nós".Já está acontecendo...

A partir do filme/realidade

Evidências de aprendizagem á partir do filme DOZE HOMENS E UMA SENTENÇA
(Retirados de postagem minha no fórum)

Essa semana mesmo estamos lidando com um caso muito difícil de um aluno com o mesmo histórico familiar do rapaz do filme, porém sem ser suspeito de ter cometido (ainda?) nenhum crime mais grave.Agressão é rotina para ele na escola, também já roubou coisas de dentro de um carro, e tem um pai violento demais.Mas essa situação me levou a naturalmente fazer paralelos com as pessoas que lidam com ela na escola.Encontrei todos aqueles estereótipos mostrados através dos jurados. Professores que gostariam que o menino “sumisse" da escola, que já vêem nele um marginal sem perspectiva de vida, capaz de cometer qualquer ato violento daqui pra frente.Tem também aquelas que dizem o mesmo discurso do homem negro que preconceituosamente classifica as pessoas que vivem no cortiço como“mau caráter", reduzindo todas a um comportamento padrão, no nosso caso, as pessoas da vila.Agora voltando ao trabalho (hehehe) as argumentações foram muito bem elaboradas pelo autor do filme.

...Mas quantas vezes na escola julgamos por antecipação, por aquilo que o aluno já fez? A argumentação é feita o tempo todo, sob a forma de discussão ou de conversa, mas a todo o momento, ora de um lado, ora do outro.O que me levou a pensar o quanto ela é importante num julgamento, numa análise.Como a dúvida nos leva a refletir, a pensar: será que a minha verdade é a verdade? Numa situação grave como essa, sob o risco da pena de morte, a importância de cada detalhe, segundo a argumentação do defensor, perdidos pela má vontade de um advogado desmotivado.No entanto doze pessoas olharam a mesma situação de diversos ângulos e foram revendo suas decisões.

É realmente um enredo muito profundo e muito útil à reflexão relativa a educação.Fiz mais uma relação,que foi com o texto que estou estudando de Maurice Tarde,sobre a subjetividade com que os professores tratam as situações do seu cotidiano.Nesse sentido é muito fácil perceber ,também concordando com a colega ,as análises de cada jurado sendo feitas de acordo com suas personalidades.Suas conclusões e soluções para a situação são fruto de suas experiências de vida,familiares,sociais,emocionais.O texto que leio é justamente esse a abordagem principal.O saber que vem com a subjetividade implícita resultante dos nossos aprendizados de toda uma história pessoal.Fica mais saliente no caso do último jurado,que segue culpando o rapaz até o final,por ter tido problemas na criação de seu próprio filho.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007