domingo, 28 de outubro de 2007

uso dos contos de fadas na aula

Acho que todos nós gostamos de ouvir histórias,elas nos remetem à infãncia,quando se não a mãe,a avó ou a professora o faziam para nós.Nossa imaginação se abre e vislumbramos um mundo que sabemos não ser real,mas que sempre tem algo a ensinar ,alertar ou fazer refletir.Nossas emoções afloram,nos solidariezamos com as personagens,quantas vezes não vamos as lágrimas ou não controlamos o riso?
também podemos aprender sobre todo tipo de lugar,crença,costumes,culturas...
Agora vou escolhendo as histórias de acorodo com o que quero despertar nos alunos.valores,ética,fraternidade,esperança no futuro.Aliás,o que considero ser o que mais necesitam nesse momento em que predomina a desestrutura familiare a perde de valores e parâmetros de conviv~encia social.A partir de estudos que fizemos,confirmei o que já imaginava.É preciso preparar-se bem para a leitura de uma história.Selecionei alguns itens:
* evitar descrições cheias de detalhes,
* usar variadas possibilidades de voz e o tempo de pausa para refletir,
* nunca esquecer que "era uma vez" e dar um sentido especial ao final,
* mostrar que podem reencontrar o prazer da história lida(e de outras),num livro,a hora que quiserem.
Fiz alguns trabalhos a partir da leitura de histórias.registrei os desenhos de alguns alunos.

Encantos para sempre:os contos de fadas

A partir da sua experiência docente, aponte como tem sido para você trabalhar com os contos de fadas na sala de aula.
As crianças adoram a famosa hora do conto.Antes eu fazia aleatoriamente, agora reservei um horário na semana para fazer essa atividade.Eles já sabem o dia e entram na sala comentando.O interesse é muito grande.Vejo que os contos de fadas passam e reforçam as idéias e valores que tento passar e que muitas vezes deveriam aprender com as famílias e não acontece.Através dos contos de fadas consigo trabalhar ética, solidariedade, cidadania e principalmente, perspectiva no futuro, esperança que no final tudo pode se resolver, que podemos sonhar e almejar algo e isso se tornar realidade.Acho que as novas gerações estão perdendo (ou lhes estão tirando) as perspectivas e por isso tanta desvalorização da vida e do mundo.Além de ser um momento de ludicidade, vai aumentando a imaginação das crianças que se envolvem no roteiro das histórias.Assim foi surgindo uma combinação implícita entre eu e os alunos, onde eles ouvem atentamente, gerando uma aproximação muito bonita.Nesse momento, em que eles ouvem e ao mesmo tempo criam mentalmente o cenário, as personagens, as vozes vão desenvolvendo cada vez mais a observação, o prazer pela arte e o interesse na leitura.Notei que aumentou muito esse interesse, apesar de alguns ainda apresentarem desmotivação (preguiça?) para ler.
Quando conto as histórias para os alunos tenho tomado o cuidado de lê-las fielmente, mas algumas palavras dependendo da versão da história são menos usuais e eu troco por outras que sejam mais compreensíveis.
Noto que se instaura uma tranqüilidade durante a leitura e que se expande depois dela, e que melhorou também a atenção até em relação a outros tipos de leituras orais que preciso fazer em aula.

teatro para a escola

RELATO
Propus as atividades em caráter de brincadeira, usei o termo jogo teatral.Convidei-os a fazer algumas atividades que se usa no teatro, mas que também poderíamos fazer, porém sem o compromisso de apresentar uma peça.Ele ficaram bastante animados e curiosos.Aceitaram logo a proposta e foi preciso solicitar atenção e calma, uma das combinações foi que a cada vez que eu dissesse “um minuto” parariam tudo e prestariam atenção em mim.Não funcionou muito no começo, mas depois foram conseguindo melhorar a disciplina. “São as exigências da própria forma de arte que devem nos apontar os caminhos”.
Assim fui escolhendo os exercícios, de acordo com os objetivos que queria para aquele momento.Não como um sistema delimitado e estanque, mas primeiramente para atender as necessidades do trabalho a ser realizado.Conforme foram se apresentando os resultados, fomos colocando outras propostas.Principalmente nos exercícios de improvisação, onde as soluções foram aparecendo de forma intuitiva e muito criativa.
Foi bem nítido o desenvolvimento da concentração através dos exercícios, sem se aperceberem os alunos vão se envolvendo com a situação, as formas como podem resolvê-la e sua inter-relação com os colegas.
Uma das maiores dificuldades foi ter que atender ao mesmo tempo, crianças de variadas faixas etárias (7 aos 14 anos).Alguns mais tímidos, de início não quiseram participar.Mas depois acho que foram contagiados pelo prazer que os colegas demonstravam enquanto.Mesmo em meio à algazarra percebi que estavam concentrados em fazer o que era solicitado.Uns com mais espírito de liderança tentavam comandar os colegas, mas o próprio grupo reagiu naturalmente e todos acabaram dando sugestões e entendendo-se.
Nas primeiras vezes da escultura, não conseguiam controlar o riso, conforme paravam iam perdendo o equilíbrio.
Fiquei impressionada no exercício da fotografia como se articularam rápido e conseguiram realizar a proposta sem grandes dificuldades.Mas fiquei triste por me deparar com a proporção da violência diária na mente deles.Alguns fizeram fotos de “batidas” policiais, tiroteios e mortes.
Nos jogos dramáticos, sentiram muita dificuldade no início, em trabalhar com o abstrato.Esqueciam que carregavam um objeto e foi preciso lembrar sempre da concentração.Na segunda rodada já estavam mais envolvidos e esquecendo do desempenho, procuravam apenas resolver o que havia sido proposto.Inclusive um aluno fez que deixou o prato cair (achei genial a criatividade e improvisação dele) e os colegas fizeram o barulho e todos rimos.
RESULTADOS E DÚVIDAS
Eu já estou ensaiando uma encenação com alguns alunos (40 no total) e vinha sentindo muita dificuldade em mantê-los concentrados e levá-los a perceber o espaço, e lidar com isso.Essa peça é uma apresentação que faço para a prefeitura todos os anos, por onde dou aulas de capoeira (oficina) e esse ano resolvi incorporar algumas cenas da cultura brasileira como puxada de rede, maculelê e criei alguns quadros para organizar um pequeno espetáculo.Porém estava fazendo tudo mais na intuição e no amor do que com algum embasamento, o que estava me desgastando demais.Com a leitura desses textos procurei levar aos alunos o prazer, a satisfação e o envolvimento, fazê-los apropriarem-se mesmo, do que estavam fazendo.
Antes era um empurra-empurra, um puxavam os outros e até gritavam entre eles querendo organizar os quadros.Depois do exercícios da caminhadas isso melhorou muito.
Outro problema que sentia era a falta de interesse de alguns que estavam apenas fazendo o que eu pedia, porque na minha ingenuidade, não lhes dava o prazer de criar a sua própria visão da personagem.Realizei o exercício da fotografia a partir de quadros e gravuras com temas que aparecem na montagem.Alguns fizeram a te pesquisa no Google e no You Tube.Agora é nítida a diferença tanto no empenho, quanto na concentração.
Está sendo muito gratificante perceber que o estudo aplicado à prática teve resultados tão positivos e rápidos até.A mudança foi percebida até pelas pessoas (mães e professores) que estavam por perto.E eu estou menos desgastada, com mais pique para orientar os ensaios.Também estou menos ansiosa em relação ao resultado final, porque vejo que a situação está se resolvendo por conta deles, da intuição e da concentração que estão empregando.
Acredito que através dos exercícios de improvisação podemos chegar a desenvolver o teatro escolar com melhor aproveitamento pelos alunos.
Percebi no caso das crianças menores que realmente, algumas se inibiram e nem quiseram participar.
Fui aplicando os exercícios aos poucos, desde a última aula presencial e hoje foi o último encontro antes da postagem desse trabalho, o que acho uma lástima, pois tenho certeza que acontecerão mais fatos relativos ao emprego dos conhecimentos que estou adquirindo.Mas tentarei postar no meu blog...

domingo, 21 de outubro de 2007

literatura-poesias

Na turma trabalhando com ecologia,animais,extinção...fiz uso de uma música de Chico Buarque que enumera diversos pássaros.Pude então perceber a força da sonoridade,do ritmo,da cadência e da relação que as crianças fizeram com os pássaros que conheciam com o aviso \"bico calado,toma cuidado,que o homem vem aí,que o homem vem aí,que o homem vem aí\".Não sabíamos a melodia da música,então fomos lendo várias vezes,silenciosa e oralmente até acostumar com palavras menos usuais.A poesia criou um ritmo por si só,na própria leitura e uma melodia,que eles não queriam mais para de ler.Foi muuuuuuito bom!

contação de histórias

Na fala de Fanny percebi subjetivamente que o aconchego e o amor trazidos através da contação de histórias acabam aproximando-nos muito mais dos nossos alunos.Através das histórias, que normalmente tem no fundo, o intuito de repassar algum valor ou ensinamento, podemos auxiliar os ouvintes, levando-os inconscientemente a transportarem-se para aquela situação descrita.Assim, as emoções e ansiedades vão se equilibrando e através da ludicidade acabamos aprendendo e desenvolvendo nossa maturidade.
Adoro contar histórias para meus alunos, mas acho que preciso treinar mais para isso>

evidências em música

MÚSICA
A música sempre esteve muito presente em minha vida, como já disse no início.Agora, porém, mais ainda, pois há 20anos pratico capoeira, arte intrinsecamente ligada à musicalidade.Nela aprendi todos seus instrumentos, toco e canto, canto na roda de capoeira e jogo conforme o ritmo e até mensagem da letra.Toda linguagem da capoeira além da corporal, está intrinsecamente ligada à música.É preciso ler nas entrelinhas musicais para fazer o jogo de acordo com o que o berimbau dita.Aqui entram todos as funções da atividade musical: representação simbólica, expressão corporal, adaptação de valores sociais, contribuição para continuidade da tradição cultural, prazer estético e lúdico, comunicação...Não são raras às vezes em que me emociono com um cantador (na capoeira assim chamamos quem canta) com suas histórias cantadas que vão nos remetendo à um passado quase sempre sofrido e às nossas origens.
Dentro desse aprofundamento, elaborei um projeto chamado “Vivência musical na capoeira”, do qual coloco algumas partes aqui para apreciação.Cabe mencionar que o fiz porque pretendo apresentá-lo na íntegra para concorrência na realização de oficina pela prefeitura, através da Descentralização de Cultura.Mas acredito que esteja de acordo com o assunto abordado no texto que estamos estudando.Se os professores acharem de alguma valia para a turma, posso passar para o blog, mas gostaria de opiniões a respeito.

APRESENTAÇÃO
Nosso país tem uma grande musicalidade: os batuques, jongo, lundus e outras cadências trazidas pelos africanos, misturando-se com a música dos índios e portugueses, deixou-nos vários ritmos verdadeiramente sensacionais.
A capoeira geralmente acompanhada de música tem seus próprios cantos que refletem épocas da história, situações do povo, reclames, festejos e denúncias.Enfim, é uma grande forma de expressão do povo.
Acompanhada de seus instrumentos e ritmos próprios, a música da capoeira não é empregada apenas como elemento de enfeite, mas sim como uma força ativadora das energias dos envolvidos.

JUSTIFICATIVA
Qualquer sociedade seja qual for sua constituição e estrutura, possui seus próprios elementos culturais adquiridos ao longo de sua formação por meio de trocas de experiências, incluindo-se a musicalidade.
A capoeira nos oferece uma polirritmia que precisa ser vivenciada, divulgada e transmitida em todas as suas formas.
Dessa maneira estaremos proporcionando rever nossas heranças culturais, reforçar nossa identidade. Através dessa vivência musical pode-se experimentar o contato com nosso folclore e ao mesmo tempo descobrir-se capaz de participar ultrapassando seus imaginados limites.
Este projeto abrange toda parte musical que a capoeira pode oferecer.Este despertar musical, acontece tanto com o leigo em capoeira quanto com o praticante.Envolve ritmo, musicalidade, criatividade, auto-valorização, relaxamento...




OBJETIVO
Divulgar a musicalidade da capoeira como algo genuinamente brasileiro, despertando os participantes em sua consciência cultural.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Valorizar nosso folclore e nossas raízes culturais;
Despertar a criatividade em suas formas possíveis;
Desenvolver a diversidade de expressão;
Elevar a auto-estima;
Oferecer uma alternativa de relaxamento mental;
PÚBLICO ALVO
Todas as pessoas interessadas, sem distinções.

METODOLOGIA
Palestras: Função de cada instrumento dentro da roda,
História do Brasil através das músicas de capoeira
Origem dos instrumentos de capoeira
Os diversos toques do berimbau, suas funções.
Vivências: Fazendo seu próprio instrumento musical de capoeira
Utilização dos instrumentos (aprendendo a tocar)
Utilização dos instrumentos dentro da roda de capoeira
Aprendendo o canto e as palmas
Criando suas próprias cantigas
Maculelê, ritmo e músicas.
Berimbau e pandeiro, também com material de sucata.
Os diversos toques do berimbau, suas funções dentro da roda.
Vídeos e painéis sobre os temas acima abordados.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

teatro com poesia

Gentem, hoje aconteceu algo muito legal.Após terminar o trabalho de poesia fiquei refletindo que o tinha feito com muita pressa e que queria ter-lhe dedicado mais atenção e estudo.Bem aí, na escola estou trabalhando com sistema locmotor,esqueleto,essas coisas.Montamos um esqueleto-marionete muito louco,que as crianças adoraram.Depois resolvi cantar a música das caveiras (quando o relógio bate a uma,todas as caveiras...)Foi um sucesso geral.Já aproveitei e fiz os exercícios de teatro que o professor passou.Resultado final ?três grupos de alunos apresentando uns para os outros a encenação da música-poesia,sem se esbarrarem uns nos outros,cooperando e principalmente:se divertindo!!! Foi ótimo!Como disse o professor:"a interdisciplinariedade vai acontecer dentro de nós".Já está acontecendo...

A partir do filme/realidade

Evidências de aprendizagem á partir do filme DOZE HOMENS E UMA SENTENÇA
(Retirados de postagem minha no fórum)

Essa semana mesmo estamos lidando com um caso muito difícil de um aluno com o mesmo histórico familiar do rapaz do filme, porém sem ser suspeito de ter cometido (ainda?) nenhum crime mais grave.Agressão é rotina para ele na escola, também já roubou coisas de dentro de um carro, e tem um pai violento demais.Mas essa situação me levou a naturalmente fazer paralelos com as pessoas que lidam com ela na escola.Encontrei todos aqueles estereótipos mostrados através dos jurados. Professores que gostariam que o menino “sumisse" da escola, que já vêem nele um marginal sem perspectiva de vida, capaz de cometer qualquer ato violento daqui pra frente.Tem também aquelas que dizem o mesmo discurso do homem negro que preconceituosamente classifica as pessoas que vivem no cortiço como“mau caráter", reduzindo todas a um comportamento padrão, no nosso caso, as pessoas da vila.Agora voltando ao trabalho (hehehe) as argumentações foram muito bem elaboradas pelo autor do filme.

...Mas quantas vezes na escola julgamos por antecipação, por aquilo que o aluno já fez? A argumentação é feita o tempo todo, sob a forma de discussão ou de conversa, mas a todo o momento, ora de um lado, ora do outro.O que me levou a pensar o quanto ela é importante num julgamento, numa análise.Como a dúvida nos leva a refletir, a pensar: será que a minha verdade é a verdade? Numa situação grave como essa, sob o risco da pena de morte, a importância de cada detalhe, segundo a argumentação do defensor, perdidos pela má vontade de um advogado desmotivado.No entanto doze pessoas olharam a mesma situação de diversos ângulos e foram revendo suas decisões.

É realmente um enredo muito profundo e muito útil à reflexão relativa a educação.Fiz mais uma relação,que foi com o texto que estou estudando de Maurice Tarde,sobre a subjetividade com que os professores tratam as situações do seu cotidiano.Nesse sentido é muito fácil perceber ,também concordando com a colega ,as análises de cada jurado sendo feitas de acordo com suas personalidades.Suas conclusões e soluções para a situação são fruto de suas experiências de vida,familiares,sociais,emocionais.O texto que leio é justamente esse a abordagem principal.O saber que vem com a subjetividade implícita resultante dos nossos aprendizados de toda uma história pessoal.Fica mais saliente no caso do último jurado,que segue culpando o rapaz até o final,por ter tido problemas na criação de seu próprio filho.