sexta-feira, 30 de abril de 2010

Aprendendo mais um pouco...

Essa semana foi bem cansativa, no sentido de manter a perseverança.Cada vez mais percebo que essa é a palavra de ordem para ser um bom professor, mas como é difícil mantê-la. Digo isso porque quando começa-se um projeto é preciso levá-lo ao máximo de possibilidades e muitas vezes a tendência é desistir ou trocar de foco quando as dificuldades surgem.E aqui não venho falar só das dificuldades de aprendizagem que encontrei nos alunos, mas das que se apresentam para executar o planejamento, as adversidades e imprevistos diários e cotidianos de uma escola pública.Mas a barreira maior está sendo mesmo desenvolver a capacidade de pensar.Como assim, todos pensam não é?Lógico, mas pensam por si, tem idéias próprias, tem senso crítico, distinguem o que querem e sonham do que têm de fazer? A escola reproduz o sistema quando proporciona aos alunos cópias, respostas prontas nos textos, um saber pronto, elaborado, fácil de encontrar e de reproduzir.
É como diz Rubem Alves “Ler só para saber o que o autor do livro está dizendo produz erudição: o texto no livro é transferido para dentro da cabeça.isso aumenta os arquivos da memória, mas não desenvolve a inteligência.Há muitos idiotas que têm memória perfeita.Muitos eruditos são capazes de discorrer sobre tudo, mas são incapazes de pensar pensamentos próprios.”
Assim posso reforçar, o que mais me desgastou essa semana e que por vezes me levou a exercitar minha paciência,foi essa imensa barreira que os alunos têm, alunos inteligentes,capazes e criativos mas que não apresentam suas idéias, não expõem suas opiniões e tem um entrave para interpretar.Mas nada que não possa ser revertido, já que se trata de capacidades e essas podemos desenvolver com planejamento e objetivos adequados.
Fui em busca de fundamentos teóricos, pesquisas para relembrar as etapas por que passa a criança no que diz respeito a noções de espaço e tempo.ocorreu que os meus alunos não tem noções de lateralidade, nem de tempo (horas,dias,meses), e me surpreendi com isso.Então fui pesquisar para entender melhor a questão e tentar auxiliá-los nesse sentido, até porque um dos pontos do projeto envolve localizar-se no tempo e no espaço, perceber-se para depois perceber os com quem convivem e as diferenças que existem entre todos nós.Segundo Aracy Rego “saber ler o mundo social e desvendar a sua lógica; conhecer as regras e as leis que regem a organização e estruturação do espaço, desde o espaço cotidiano da criança até o espaço-nação – isso tudo significa educar-se e educar a criança para saber pensar o espaço, para saber nele se organizar, para saber nele combater”.Nesse sentido a dinâmica realizada foi muito útil e estou pesquisando outras que envolvam localização e utilização de relações espaciais para também desenvolver a lateralidade, embora acredite que poderia ter sido trabalhado em etapas anteriores dos alunos.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Motivação!

Trabalhamos muito a questão da individualidade de características essa semana.Quando falamos de diferenças foi nítida a concepção de que elas são representadas fisicamente, valorizando o exterior.No entanto quando surgiu a questão da “cor da pele” foi muito difícil citarem os indígenas, e por vezes falaram “os brasileiros”, como se os indígenas fossem estrangeiros ou até seres imaginários, algo assim.Surgiu o questionamento porquê as peles são diferentes e foi uma ótima oportunidade para falarmos de melanina e do surgimento da humanidade possivelmente ter começado na África, que tornou possível a ligação entre os diferentes lugares do planeta terra e as necessidades que foram moldando as culturas e muitas de suas características.
Fiquei muita satisfeita com a curiosidade pelos costumes indígenas, todos queriam ver as gravuras e fotos que trouxe e demonstraram muito interesse pelo filme sobre o Marechal Rondon e suas atitudes intrépidas.Logo o caracterizaram como homem heróico por sua história de vida.
Sinto a confiança dos alunos de forma crescente e cada vez mais afetivos e seguros na minha presença e isso tem sido muito bom.Consegui que me contassem sobre suas vidas o suficiente para que eu compreendesse certas atitudes e formas de pensar.Conseguimos estabelecer conceitos importantes a respeito de diversidade, etnia e cultura.Quanto aos conteúdos, estão sendo alcançados os objetivos gradualmente.Alguns alunos ainda apresentam bastante dificuldade e eu ainda busco apoio.Conseguimos que um aluno fosse encaminhado para oftalmologista pois apresenta sinais de estrabismo, devido aos quais desconfiei que estaria copiando coisas trocadas e também escrevendo respostas equivocadas.
Fiquei bastante emocionada com um aluno que não tinha documento nenhum pois a casa dele recentemente incendiou-se e quando conseguimos uma cópia da certidão de nascimento que estava na secretaria ele ficou muito feliz.
A questão da sala de informática tem sido ainda uma dificuldade para usar mas insistindo consegui.Os alunos estão cada vez mais encantados com o uso do computador e já apresentam progressos significativos, pois alguns também utilizam em turno inverso no projeto “Mais Educação”.
Concluindo, foi uma semana muito produtiva e cada vez mais me entusiasmo.Me vejo mais dedicada a docência, preocupada com a questão da interdisciplinaridade como facilitadora da aprendizagem e também na busca de novidades que tornem o processo mais atraente e
Motivador.As idéias afloram naturalmente e é muito bom lembrar também das atividades que realizamos em semestres anteriores e que agora estão sendo de grande valia.

Ainda a segunda semana...

Sinto a confiança dos alunos de forma crescente e cada vez mais afetivos e seguros na minha presença e isso tem sido muito bom.Consegui que me contassem sobre suas vidas o suficiente para que eu compreendesse certas atitudes e formas de pensar.Conseguimos estabelecer conceitos importantes a respeito de diversidade, etnia e cultura.Quanto aos conteúdos, estão sendo alcançados os objetivos gradualmente.Alguns alunos ainda apresentam bastante dificuldade e eu ainda busco apoio.Conseguimos que um aluno fosse encaminhado para oftalmologista pois apresenta sinais de estrabismo, devido aos quais desconfiei que estaria copiando coisas trocadas e também escrevendo respostas equivocadas.
Fiquei bastante emocionada com um aluno que não tinha documento nenhum pois a casa dele recentemente incendiou-se e quando conseguimos uma cópia da certidão de nascimento que estava na secretaria ele ficou muito feliz.
A questão da sala de informática tem sido ainda uma dificuldade para usar mas insistindo consegui.Os alunos estão cada vez mais encantados com o uso do computador e já apresentam progressos significativos, pois alguns tem utilizado em turno inverso no projeto “Mais Educação”.
Concluindo, foi uma semana muito produtiva e cada vez mais me entusiasmo.Me vejo mais dedicada a docência, preocupada com a questão da interdisciplinaridade como facilitadora da aprendizagem e também na busca de novidades que tornem o processo mais atraente e
Motivador.As idéias afloram naturalmente e é muito bom lembrar também das atividades que realizamos em semestres anteriores e que agora estão sendo de grande valia.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Pensando na segunda semana...

A programação feita para a primeira semana foi cumprida quase que na íntegra.na segunda feira quando fomos à sala de informática, todos literalmente adoraram.Muitos já sabiam usar o computador e demonstraram satisfação em ensinar aos colegas.Foi bem gratificante.
Na quarta feira não conseguimos assistir o vídeo sobre os movimentos da Terra porque houveram mudanças nas salas da escola e o vídeo cassete foi retirado da sala de vídeo,estava guardado.Fui buscá-lo e instalarei para semana que vem.
Nas atividades de pesquisa,coleta de dados, com uso de fontes descobri muitas coisas sobre os alunos.Algumas até com as quais fiquei muito triste em ver as situações em que vivem as crianças, familiares, emocionais e sociais.Mas por outro lado fiquei feliz em perceber que estou conquistando a confiança deles e dos pais, que participam com os alunos nas atividades de pesquisa.Alguns poucos ainda não, mas pretendo vencer essa resistência.O trabalho do mural foi muito interessante,mostravam aos colegas as fotos e trocavam informações sobre os documentos.Aproveitamos datas e utilizamos em matemática de diversas formas,foi muito produtivo.Coloquei fontes e documentos meus também e os alunos admiraram-se com isso.
“Na minha pouca experiência com crianças, adultos, educadores, esotéricos e outros "malucos", fui percebendo que as pessoas adoram biografias. Todo mundo gosta de saber o que o outro já construiu na própria vida, o que ele fez, como conseguiu ser bem-sucedido, como obteve seus títulos, como viveu sua infância... Todos têm muita curiosidade em descobrir o que leva uma pessoa escolher o caminho que hoje trilha. Aprendi com isso que uma das maneiras mais interessantes de falar às pessoas de forma agradável é contar-lhes um pouco de minha história, a fim de que possam pensar na própria vida e do jeito que ela está sendo construída. Desse jeito penso que fazer com que as pessoas percebam que somos a continuação de um fio que se constrói no invisível. Pensem nisso... Somos a continuação de um fio que nasceu há muito tempo atrás... Vindo de outros lugares... Iniciado por outras pessoas... Completado, remendado, costurado e...Continuado por nós. De forma mais simples, poderíamos dizer que temos uma ancestralidade, um passado, uma tradição que precisa ser continuada, costurada, bricolada todo dia.”Mundurucu,Daniel - PREFEITURA DE ALVORADA. Secretaria Municipal de Educação. FAZENDO ESCOLA, vol 02, ano 2002, p. 40-42.
O uso da sala de informática realmente tornou-se um novo desafio.O medo de que os computadores sejam estragados pelos alunos é grande por parte de membros da equipe diretiva então agora será elaborado um horário onde um oficineiro do projeto “Mais Educação” ficará presente e receberemos esse horário pronto e de maneira fixa.Estou aguardando para conhecer essa pessoa e fazer combinações que permitam o andamento do meu projeto da forma que planejei e com auxílio dele.

terça-feira, 13 de abril de 2010

reflexão sobre a prática

O que pude observar nesses primeiros dias é que os alunos estão mais próximos a mim, mais interessados e muito mais participativos.Claro que antes do estágio iniciar já estava fazendo um trabalho de sondagem no qual senti a necessidade de ter muita paciência e percebi que seria um crescimento lento, trabalhoso e com muita persistência.Porém em poucos dias com as atividades propostas e sempre com muita atenção, principalmente aqueles que estavam apresentando maiores dificuldades e que trazem poucos conhecimentos “pré requisitos” para esse ano, pude notar uma grande mudança.Os alunos literalmente estão “abrindo a boca”.Participam, dão suas opiniões e não tem mais tanto medo de errar, parecem muito mais seguros. Creio que será possível atender a escola, quanto aos conteúdos programáticos, e a proposta pedagógica que optei, de construir com eles, passo a passo os conhecimentos novos que surgirão.Mas principalmente vejo mudanças nas capacidades, principalmente na criatividade e na criticidade, na formação de opiniões.Alguns vão precisar de mais apoio e talvez, de exercícios diferenciados.penso inclusive que tenho dois alunos que seriam para atendimento em sala de recursos, já os encaminhei ao SOE da escola e aguardo retorno....

Iniciando o estagio

Nessa semana darei início ao projeto que inclui dois desafios: os alunos auto conhecerem-se e também trabalharem com tecnologia de computador. Seguindo a proposta didática de Comenius o respeitando o estágio de desenvolvimento da criança no processo de aprendizagem, a construção do conhecimento por meio da experiência, da observação e da ação, e de uma educação sem punição, mas com diálogo,exemplo e ambiente adequado,buscarei trabalhar de forma interdisciplinar, empregando minha afetividade e criatividade.
Escolhi o livro didático citado por entender que vem de encontro a forma como quero trabalhar,permitindo que o aluno haja sobre esse material porque lhe será significativo.Embora seja um livro para primeira série ele trata os assuntos que proponho de forma coerente, investigativa e proporcionando uma auto análise dos alunos.A partir daí que o aluno faça suas reflexões a partir dos conhecimentos que traz consigo e dos questionamentos apresentados, formulando novos conhecimentos.

“O que me interessa agora, repito, é alinhar e discutir alguns saberes fundamentais à prática educativo-crítica ou progressista e que, por isso mesmo, devem ser conteúdos obrigatórios a organização programática da formação docente. Conteúdos cuja compreensão, tão clara e tão lúcida quanto possível, deve ser elaborada na prática formadora. É preciso, sobretudo, e aí já vai um destes saberes indispensáveis que o formando, desde o princípio mesmo de sua experiência formadora, assumindo-se como sujeito também da produção do saber, se convença definitivamente de que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção.”

domingo, 4 de abril de 2010

Análise da turma...

Como sou titular da turma que vou estagiar,iniciei o ano letivo pensando numa proposta a longo prazo,perpassando o estágio mas indo além. Como um dos pontos do meu planejamento é trabalhar em grupos porque é estratégia para um dos objetivos,o principal para dizer a verdade,que é melhorar a convivência,estou buscando orientações de como organizar e melhorar essa forma de trabalho.Observei algo que me preocupa mais ainda.Gostaria de organizar os grupos de forma que exista uma boa circulação das informações,uma troca.Mas tenho visto que poucos conseguem expressar suas idéias,interagir mesmo.Estão acostumados ou habituados a cópias,procurar em textos as respostas prontas...Quando tento fazer uma intervenção e questiono prá verificar o que já sabem,não obtenho muitas respostas.Sinto que será um trabalho lento e gradual,o qual terei que iniciar do zero, partindo para estratégias de formação de opiniões,talvez depois em duplas,trios e assim até poder trabalhar em grupos maiores de forma construtiva e produtiva para a maioria.
Ainda estou procurando a melhor forma de agrupar os alunos...ou distribuí-los na sala.Iniciamos com 38 alunos,e agora a escola conseguiu retornar abertura da turma da manhã,dividindo a turma.Já os coloquei em duplas,trios,quartetos,fileiras...Essa última forma tem sido a mais produtiva e proporcionando a troca de informações com colegas dos dois lados.Mas ainda me preocupo com aqueles que não se adaptaram em nenhuma das formações e também em modificar mais uma vez para não ficar na mesmice.
"Em 1930,o psicólogo bielo-russo Lev Vigotsky (1896-1934) já chamava a atenção para a importância da interação entre a criança e o professor e entre a criança e os colegas em situações de aprendizagem.Em a formação social da mente, ele afirma que o bom aprendizado é aquele que foca o potencial que o aluno pode desenvolver com a ajuda dos outros.Trabalhar em grupo,então,não é apenas importante, mas fundamental para ele".¹
estou buscando informações e sugestões para melhorar a participação da turma, são crianças amáveis e cooperativas mas muito apáticas.Como se estivessem anestesiadas.A primeira impressão é que tem medo de manifestar suas idéias.Além disso chegaram com poucos pré requisitos para o quarto ano,alguns em fase silábica,com muita dificuldade para construir uma simples frase...não conhecem sistema decimal,não conseguem fazer adições com transporte e subtrações então...Esse diagnóstico fiz após o período de sondagem,que terminou agora dia 31 de março e a partir daí vou elaborar minhas estratégias.Tenho dois alunos que gostaria de encaminhar ao SOE porque acredito que tenham algum tipo de necessidade especial e precisam de um acompanhamento mais específico.
No momento essas são minhas reflexões, resultado de um diagnóstico inicial e ponto de partida para o trabalho do ano letivo.


referências:
http://revistaescola.abril.com.br/planejamento-e-avaliacao/interacoes/como-agrupo-meus-alunos-427365.shtml