domingo, 18 de outubro de 2009

pensando sobre o curso

Hoje resolvi fazer uma reflexão de como está sendo esse momento/semestre na minha vida.Tenho tido muitas dificuldades devido não ter mais computador nem Internet, e assim estou sempre "atrás" com as atividades mas principalmente com as inbterações.Acho que esse é o eixo dos trabalhos em grupo,pois todos professores resolveram adotar essa metodologia, mas talvez não levaram em conta que alguns poderiam estar passando pelas dificuldades que estou.Sinto-me muito frustrada em poder contribuir tão pouco com os colegas , embora estes se mostrem muito solidários e não exerçam nenhum tipo de pressão ou de repressão...Mas não acho justo , a forma como acontecem as conclusões acabam sendo sempre de uma ou duas pessoas e com a qual eu muitas vezes não concordo e se tivesse tido oportunidade de opinar talvez tivesse escrito de outra forma.
Realmente a tecnologia é um serviço grandioso na vida das pessoas mas quando se precisa dela sem poder utilizá-la torna-se um entrave.Por alguns momentos senti até falta de meus velhos cadernos e das reuniões na biblioteca da escola.
Tenho intercalado momentos de frustração com de orgulho , quando consigo realizar uma atividade e postá-la em tempo.Mas a qualidade vem depois do limite?Vendo o quadro de acompanhamento , não tenho nada registrado e no entanto participei (com muito sacrifício) de todos os fóruns!Me sinto perdida e um pouco atrapalhada,embora sabendo que tenho colegas com dificuldades tão ou maiores que as minhas,que envolvem família, saúde, condições psicológicas.
Minha preocupação vai além por que ao conviver diariamente na minha escola cada vez mais percebo que a gestão da mesma não está nem perto do que tenho idealizado após começar esse curso.isso é bom e ruim.Bom por que tenho noção de que podemos fazer muito melhor do que atualmente.Ruim porque o poder está sistematizado e as cartas marcadas já se projetam para uma próxima gestão...
Hoje foi o dia do desabafo...
Desculpem...
Abraços afetuosos

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Aprendendo com a EJA

Acompanhei toda trajetória de minha mãe que há cinco anos atrás se formou pela EJA no ensino fundamental.Os depoimentos que ela dava relatavam que a turma toda tinha grande interesse me aprender, mas principalmente que os professores traziam muitas atividades diferenciadas e que essas atividades envolviam o cotidiano dos alunos e valorizavam seus saberes.Era lindo de ver a satisfação dela em realizar as tarefas e fazendo suas pesquisas e os comentários que tinha acerca da turma e dos professores. Era nítido o motivo pelo qual estavam naquela escola, crescer pessoalmente!Vejo que em pouco tempo as turmas de EJA mudaram muito.Os relatos que tenho ouvido na mesma escola que minha mãe estudou, coincidem com os que ouço na que trabalho, que agora devido a interdisciplina desse nosso curso, tenho tido mais atenção.Os alunos têm muito medo da violência e contam que colegas pararam de estudar e que um motivo seria esse.Os assaltos, aqueles que vem para escola só para traficar drogas e os alunos que vem do diurno porque os professores já não “agüentam mais” e como solução encaminham para EJA.Com isso as turmas tem sido formadas em por poucas pessoas, os professores também temem a violência, mas procuram resgatar a auto estima dos alunos e proporcionam atividades bem diversificadas e prazerosas, buscando o que prega Freire, ”um processo de aprendizagem dinâmico e ativo”.Torna-se óbvio que não se alfabetiza os adultos da mesma forma que as crianças, os métodos não podem ser tão infantis, pois além da faixa etária ainda e mais importante, os interesse são muito diferentes.Porque não “personalizar” um pouco algum método de alfabetização e utilizá-lo de acordo com a turma e seus interesses, vivências e necessidades?Inicialmente é de suma importância fazer o diagnóstico proposto no texto, para saber quais são os saberes do grupo e tomá-los como ponto de partida...

domingo, 4 de outubro de 2009

Quem é surdo?cultura surda e LIBRAS

Quando era criança acreditava que todo surdo era mudo, pois se não ouvia como poderia falar?Além de ser o que os adultos nos diziam e a forma como as pessoas surdas eram denominadas: surdo mudo. Com o decorrer da minha vida,conhecendo tantas pessoas e observando outras tantas,fui percebendo que era uma inverdade , a expressão surdo- mudo.A mude é uma outra deficiência,não tem relação direta com a surdez.O que penso agora é que o surdo não fala porque não conhece o som das palavras,das letras,das sílabas, talvez.Pois aprendemos a falar , a nos comunicarmos oralmente através daquilo que ouvimos.O surdo tem uma perda de audição que pode ser parcial ou até total,mas consegue produzir sons, ri, chora,etc.Na medicina a pessoa que tem essa perda auditiva é chamada de deficiente auditivo,mas não são necessariamente surdos.O surdo é aquele que se percebe como tal, que tem uma identificação como surdo e busca comunicar-se utilizando a língua de sinais , LIBRAS no Brasil, para aprender,interagir , contribuir, modificar o mundo.
Conheci há pouco, um menino de oito anos, filho de um aluno da capoeira. O menino também pratica a capoeira, o que para mim não é nenhuma surpresa, pois em nossos eventos já vi cegos, cadeirantes e também pessoas com diferentes necessidades especiais jogando capoeira, dentro das suas condições.No caso dos surdos gingavam no ritmo da música, pela vibração dos instrumentos e no chão de madeira pela vibração no chão.
O menino que falo, me foi apresentado pelo pai , no momento ficou bastante retraído e me cumprimentou timidamente.Não sei quem estava mais perdido , pois eu
também, pega de surpresa , não soube nem tentar me comunicar com ele de forma “natural” ,queria um abraço mas não sabia pedir.O pai que se comunica com ele em LIBRAS , pediu mas não teve efeito.Depois disso tivemos aula com a professora Carolina e aprendi alguns sinais que ela passou na aula, e que foram suficientes para mudar todo meu relacionamento com meu novo amiguinho.Quando encontrei com ele nesse domingo, perguntei onde estava o pai dele , usando os Inal do “bigode” e fazendo um “cadê” com as mãos.Da resposta eu só entendi que o pai estava por perto, mas foi muito gratificante.Já estava fazendo outra atividade quando ele me cutucou no ombro,quando virei ele me abraçou tão efusivamente,nossa!!!Pode parecer uma bobagem, mas vi o quanto foi importante para esse menino sentir-se participante naquele mundo da capoeira, onde só quem o entendia na verdade era o pai. E respondendo a pergunta seguinte desse trabalho, não conheço LIBRAS , tenho muita vontade de aprender , mas acho que requer muita prática e um convívio maior com surdos , para aprimorar a compreensão dos sinais interligados.Digo isso porquê me pareceu , ao ver a professora com sua intérprete que é necessário muita atenção para acompanhar os sinais,requer habilidades como aprender a falar em outra língua.Então num primeiro momento tentaria me comunicar com qualquer sinal que pudesse me fazer compreender e vice-versa, ou pela escrita.E o principal aspecto da cultura surda, no meu ponto de vista , é realmente a LIBRAS , que facilita a comunicação, a integração e a participação dos surdos.Pelo menos , nós educadores todos , deveríamos ter um curso de LIBRAS , ou um mínimo de conhecimento nessa língua.

EJA - Situação atual

Na escola que trabalho temos EJA.A evasão foi tão grande que tivemos à pouco de fechá-la.A questão social,no caso as adversidades que as camadas populares da sociedade precisam enfrentar ,realmente dificultam a sua escolarização.Nós temos no diurno, crianças com dez anos, no segundo ano repetentes há três,quatro anos e que ainda não estão alfabetizados.essas crianças possivelmente seriam os alunos da EJA,mas no momento já estão "puxando carroça",saindo prá catar recicláveis e vender ,se acostumam com essa qualidade de vida.Quando ficam adultos já desistiram da escola ,talvez lhes pareça que não precisem estudar,tem coisas mais produtivas e/ou importantes para fazer.A conscientização que geralmente é familiar,da importância de estudar, aprender,participar,não acontece pois a família também já sobrevive assim.
Além disso o adulto que trabalha, produzindo seu sustento,exige um mínimo de respeito.Respeito esse que inclui os seus saberes,o conhecimento que eles trazem e que a escola muitas vezes ignora,menospreza ou inferioriza, tornando-se mais um fator de evasão .