domingo, 7 de dezembro de 2008

Educação de qualidade?

Lendo o texto sugerido,não pude deixar de pensar como até hoje a sociedade acredita que o ensino oferecido pelas redes particulares é de melhor qualidade que o das redes públicas.É fácil entender porque,se na história da nossa educação o ensino particular sempre foi sustentado e direcionado para que o filho dessa sociedade mais economicamente privilegiada tivesse melhores condições de sucesso na vida.Assim criou-se uma cultura de que quem freqüenta escolas particulares está mais bem preparado para a vida que os demais.Isso acontece mais notoriamente nos vestibulares.Quem consegue passar num concurso de universidades públicas,gratuitas,na sua maioria são pessoas que puderam cursar uma escola particular,não precisaram trabalhar e portanto têm mais tempo para preparar-se para e também tiveram condições de freqüentar um curso preparatório.Aqui podemos ver também a influência da igreja não só na história do Brasil como um todo,mas principalmente de sua educação.Mas é preciso analisar porque a rede pública causa essa impressão,de quem tem menos estrutura ou oferece menos qualidade em seu ensino.Chamou-me a atenção o fato de que a educação em sua estrutura depende da condição econômica de seu estado.Mas o RS é com certeza um estado muito bem desenvolvido,temos recursos para garantir uma educação de qualidade,além daqueles que advém da União,a questão é se estão esses recursos sendo devidamente aplicados.

gestão democratica

Para falarmos em gestão democrática escolar é preciso refletir sobre a concepção de democracia que trazemos conosco.A principio pode parecer algo concluído,completo,como se fosse algo estanque.mas a democracia é um processo constante,que acontece gradativa e coletivamente.Depende principalmente da participação efetiva das pessoas enquanto grupo social e organizacional.Assim,estendendo essas noções à escola torna-se mais claro o processo de gestão democrática.Acredito que essa seja a expressão mais adequada para esse processo.
É preciso no entanto para que isso aconteça que a comunidade escolar,com todos seus atores,participe na tomada de decisões,ocupe seus espaços de direito,haja visto quer no sistema educacional que atuamos,esses espaços existem.A presença dessa comunidade,buscando conhecer a escola,estabelecer prioridades e reais necessidades,até pedagógicas,discutindo os problemas e buscando soluções é primordial para o exercício democrático,que depende de ações mediadoras entre a sociedade e a escola.Toda essa reflexão,participação e atuação não significam que os grupos chegarão logo a um consenso.É certo que haverá conflitos,oriundos das diferentes formas de ver,pensar e entender o mundo e afirma como cada um melhor entende como solução.Mas por ser um processo em desenvolvimento constante,quanto mais exercitarmos a democracia e a participação mais nós aprendemos.Ou seja “aprendemos fazendo”,ouvindo com o coração e a mente abertos às opiniões divergentes e diferentes da nossa,num processo progressivo.

realidade,crítica e reflexão

Percebo que instrumentos e caminhos para uma melhor qualidade de ensino,para desenvolver planos de trabalho que direcionem a escola na busca de uma melhor qualidade de vida individual e social para os educandos existem.Mesmo em meio a disputas políticas e de poder,os meios são oferecidos.Precisamos sim estar sempre atualizados,informados,atentos.Não recrimino minhas colegas,pois até bem antes de começar esse curso nem eu tinha noção de todos esses assuntos e opções.Porém,o que me entristece é que muitos não têm vontade de renovar,de mudar e de investir por exemplo,em temas de interesse geral e que poderiam aproximar mais os alunos a escola como os temas transversais,que possibilitariam uma melhor compreensão dos assuntos quando trabalhados de forma interdisciplinar.Ou por que estão em final de carreira,muito cansados,os alunos não merecem,o salário é pouco,perderam as esperanças,entre outras alegações.Assim fica bastante difícil nos apropriarmos desses instrumentos e colocá-los em prática efetiva e útil,não apenas para cumprir resoluções e ordens.Espero ainda poder,em algum, tempo contribuir para que essas reformas e transformações tão necessárias aconteçam em minha escola,porém sei que não é uma realidade só nossa, e que muitas senão a maioria das escolas estaduais funciona e segue assim,alienatóriamente.